Papo de Escritor

Selma Feltrin conversa sobre suas histórias para crianças

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Nesta segunda-feira, o Diário 2 começa a série Papo de Escritor. Uma vez por semana, falaremos com escritores santa-marienses de literatura infantil, juvenil e adulta. Para começar, contamos a história da autora Selma Nanci Feltrin, que além de ser professora de português e literatura, escreve poesia e prosa para crianças e adultos.
A paixão pela leitura e escrita começou muito cedo. Desde os cinco anos, Selma acompanhava uma vizinha professora e começou a ler e escrever antes de entrar na escola.
- Meu pai foi influência em casa, pois lia muitos romances policiais. E, para brincar com a imaginação, eu destruía as revistas das minhas irmãs. Recortava as imagens, colava-as numa folha e criava histórias para aquelas figuras - conta a escritora.
Ao longo da infância e da adolescência, a santa-mariense virou uma "rata" de biblioteca. Todos os dias ia a pé à Biblioteca Pública fazer suas leituras.
- O porteiro já me conhecia. Tanto que dizia "De novo vem essa guria". Quando comecei a ler romances mais longos, todos os dias eu marcava a página onde parava a leitura e voltava no dia seguinte para continuar - lembra Selma.
Mais tarde, no Magistério e na faculdade de Letras, ela se encantou com a possibilidade de mostrar aos alunos como a leitura literária é capaz de transformar as pessoas. A professora considera que, com o hábito de ler, os humanos são capazes de interpretar o mundo e a si próprios.

Poesia para crianças

Há 10 anos participando da Casa do Poeta de Santa Maria, Selma já tem 11 livros publicados para crianças entre poesia e prosa. Seu gosto por esta forma de expressão vem desde a infância. Ela conta que gostava de brincar com a sonoridade das palavras, de criar rimas.
Selma explica que se pode nascer com o dom, mas não nasce poeta, por isso, deve-se investir na formação. Ela nos conta que gosta de ter na bolsa um bloquinho e uma caneta. para anotar ideias, e que elas, às vezes, surgem de uma situação banal.
- Costumo dizer que não me inspiro, mas que transpiro, já que fazer poesia é um trabalho suado, uma malhação cerebral. Tudo tem que ser bem dito para a criança - esclarece Selma.

Feira do Livro

Há 12 anos, a professora iniciou um trabalho de divulgação da Feira do Livro de Santa Maria e dos seus livros: ir de escola em escola. Ela ia em pelos menos quatro escolas por dia, pois fazia esse itinerário a pé ou de ônibus. Lá, contava histórias com os bonecos dos persongens dos livros.
- Naquela época, existia mais resistência das escolas, nem todas me recebiam. Hoje, o cenário é bem diferente, as escolas abrem as portas e as crianças são muito receptivas. Fazem uma festa com os bonecos, como a gata magrela - lembra a escritora fazendo referência ao livro lançado no ano passado.

Leia mais sobre cultura e lazer

Para Selma, a Feira do Livro é um patrimônio cultural, é um espaço que as crianças podem ter contato com os livros. E o reconhecimento por essa dedicação com a literatura veio em 2008, quando foi convidada para ser a patronesse da Feira do Livro Infantil de Santa Maria.
- Fiquei feliz, mas surpresa com o convite, pois acredito que os professores devem trabalhar pela promoção do aluno com a leitura e não com a sua autopromoção. Mas foi um momento para fortalecer essa luta em prol da literatura - explica Selma.
Para 2016, a poetisa já t"

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